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8.3.18

Violência Doméstica

img @ pexels
O relatório mais recente da APAV, de 2016, aponta para uma média de 100 mulheres por semana vítimas de violência doméstica, números que se baseiam em casos conhecidos porque há muitas mulheres que não se queixam.

Em 2017, pelo menos 19 pessoas foram mortas pelos parceiros, ex-companheiros ou familiares próximos. Em 2016, foram 21. Muitas destas vítimas não estavam referenciadas nem em organizações nem em forças policiais.

"Entende-se por violência doméstica toda a violência física, sexual ou psicológica, que ocorre em ambiente familiar e que inclui, embora não se limitando a, maus-tratos, abuso sexual de mulheres e crianças, violação entre cônjuges, crimes passionais, mutilação genital feminina e outras práticas tradicionais nefastas, incesto, ameaças, privação arbitrária de liberdade e exploração sexual e económica.
A violência doméstica é crime público, o que significa que não é necessário que seja a vítima a apresentar a queixa pessoalmente. Pode ser denunciada por terceiros e não exige queixa das partes envolvidas."

Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica

- gratuito, anónimo e confidencial
- funciona pelo telefone, 24 horas por dia / 365 dias por ano, para apoiar vítimas de violência doméstica através do número 800 202 148

Segundo a APAV podemos ainda distinguir a Violência Doméstica entre:

- violência doméstica em sentido estrito (os actos criminais enquadráveis no art. 152º: maus tratos físicos; maus tratos psíquicos; ameaça; coacção; injúrias; difamação e crimes sexuais)
- violência doméstica em sentido lato que inclui outros crimes em contacto doméstico [violação de domicílio ou perturbação da vida privada; devassa da vida privada (imagens; conversas telefónicas; emails; revelar segredos e factos privados; etc. violação de correspondência ou de telecomunicações; violência sexual; subtracção de menor; violação da obrigação de alimentos; homicídio: tentado/consumado; dano; furto e roubo)]

Testemunhar (ver ou ouvir) episódios de violência entre pessoas com quem vivemos ou entre membros da nossa família também é uma forma de violência.
APAV Jovem

A APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima) tem como missão apoiar as vítimas de crime, suas famílias e amigos, prestando-lhes serviços de qualidade, gratuitos e confidenciais.
É uma organização sem fins lucrativos e de voluntariado, que apoia, de forma qualificada e humanizada, vítimas de crimes através da sua Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima e da sua Linha de Apoio à Vítima – 116 006 (dias úteis: 09h – 19h).

Rede Nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima

APAV Violência Doméstica


Estatísticas APAV, vítimas de violência doméstica, 2013-2016

Neste período as vítimas de violência doméstica foram, sobretudo, casadas (34,3%), com idades compreendidas entre os 36 e os 45 anos e pertenciam a uma família nuclear com filhos (42,8%).
Em mais de 85% das situações o autor do crime foi do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 26 e os 55 anos.
A residência comum foi o local mais escolhido para a "ocorrência dos crimes".

CRIME DE NATUREZA PÚBLICA

Em Portugal, o crime de violência doméstica, de acordo com o previsto no artigo 152º do Código Penal, tem natureza pública, o que implica ser de denúncia obrigatória para as polícias e para funcionários públicos que dela tomem conhecimento no exercício das suas funções e por causa delas.
Para além destes, qualquer pessoa o pode fazer, seja a vítima, um familiar, um amigo ou um vizinho.

Onde pode ser efetuada a denúncia ou a apresentação de queixa-crime?

- Junto do Tribunal: no Ministério Público.
- Através do Portal QUEIXA ELETRÓNICA do Ministério da Administração Interna.
- Nas autoridades policiais:
. Polícia de Segurança Pública (PSP);
. Guarda Nacional Republicana (GNR);
. Polícia Judiciária (PJ)
- No Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, gabinetes médico-legais ou hospitais onde haja peritos médico-legais.

Sistema de Queixa Eletrónica

O Sistema Queixa Eletrónica destina-se a facilitar a apresentação à GNR, à PSP e ao SEF, queixas e denúncias por via eletrónica quanto a determinados tipos de crime, cuja lista se encontra definida na Portaria n.º 1593/2007, de 17 de dezembro.

Podem apresentar queixa pessoas singulares, devidamente identificadas, nacionais ou estrangeiras, residentes em Portugal ou presentes em território nacional.

O Sistema não se destina a responder a situações de emergência ou àquelas em que é necessária a resposta imediata das forças ou serviços de segurança, designadamente quando o crime está a ser cometido, neste caso deve contactar, de imediato, o Número Nacional de Emergência – 112.

Para crimes não abrangidos pelo Sistema Queixa Eletrónica, o cidadão deverá continuar a dirigir-se ou a contactar a autoridade policial mais próxima.


Recomendo a visualização:

"E se fosse consigo?" - Violência Doméstica, um programa de Conceição Lino na SIC Notícias, 2016


"E se fosse consigo?" - Violência Doméstica em Debate, um programa de Conceição Lino na SIC Notícias, 2016

O psicólogo forense Mauro Paulino, que tem investigado a situação e o comportamento das vítimas, o psicólogo forense Rui Abrunhosa, com experiência de trabalho com os agressores, e a jurista Ana Marciano, que lida diretamente com vítimas que recorrem à UMAR, foram os convidados para debater o tema na SIC Notícias.
UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta



O debate em torno de dois casos de violência doméstica em que o Estado falhou na proteção das vítimas. Os casos acabaram na morte de duas mulheres. Para analisar a situação estiveram na Edição da Noite Mauro Paulino (Psicólogo Forense), Inês Carvalho de Sá (advogada especializada em Direito da Família), Isabel Horta (jornalista e editora de sociedade da SIC) e Rui do Carmo (Procurador e Coordenador da Equipa de Análise Retrospetiva de Homicídio em contexto de violência doméstica). A emissão contou ainda com um relato na primeira pessoa de uma mulher que foi vítima de violência durante 25 anos.


Mesmo sem dar a cara, "André" resolveu falar para ajudar outros homens. Tem a certeza que não é o único vítima de violência doméstica. Acredita que acontece a muitos homens mas só a vergonha os impede de assumir. E conta. Conta como foi a primeira agressão. Conta como foi outra que o deixou no chão a sangrar. E conta os "episódios" das queixas à polícia e os insultos à frente dos filhos. O que mais lhe custou foi ter de deixar de os ver quando decidiu fugir e procurar ajuda. Para poder reerguer-se e levar a vida para a frente.


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